miércoles, 23 de noviembre de 2011

"Pequena confissão", de Jorge Teillier. Traducción de Antonio Miranda





(en memoria de Serguei Esenin)


Sim, é certo, gastei meus cotovelos nas barras dos bares.
As donzelas me amaram mas preferia as putas.
Talvez nunca devia ter deixado
O país de tetos de zinco [*]  e cercas de pau.
No meio do caminho da vida
Vago pelos arredores do povoado
E nem sequer que se ouvem as carretas
Cuja música amo desde pequeno.
Despertei com vontade de fazer um testamento
— desejo que lhe ocorre a todo mundo —
Mas preferi olhar uma pistola
A única amiga que não nos abandona.

Tudo que se diga de mim é verdadeiro
E a verdade é que não me importa muito.
Me importar sonhar com caminhos de barro
E gastar meus cotovelos nas barras dos bares.

“É melhor morrer de vinho que de tédio”.
Sem pensar que possa haver novas colheitas.
Tanto faz que as amadas rolem de mão em mão
Quando se gastam os cotovelos nas barras dos bares.

Não devia jamais sair do povoado
Onde qualquer um pode ser meu amigo.
Onde crescem as iniciais gravadas
Na árvore do túmulo de minha irmã.

A aragem da manhão é sempre nova
E a saúdo com a uma velha conhecida,
Porque mesmo sendo um boxeador abatido
Vou dar minhas ultimas patadas.

E com o orgulho de sempre
Digo que as amadas podem rolar de mão em mão
Pois sempre é meu o primeiro vinho que oferecem
E gasto meus cotovelos nas barras do bares.

Como sempre voltarei para a cidade
Escutando um perdido ranger de carretas
E sonharei com tetos de zinc e cercas de pau
Enquanto gasto meus cotovelos nas barras dos bares.
















[*] Corresponderia aos nossos tetos de telhas de amianto. N.A.





















 

jueves, 10 de noviembre de 2011

"Confieso que he bebido". Nuevo libro de Jorge Teillier en FCE





Estamos en la década de 1980. Jorge Teillier es un exiliado en Santiago de Chile. Su familia cotidiana son su compañera, Cristina, y los parroquianos-amigos del restaurante Unión, más conocido como la Unión Chica. La familia directa ha debido repartirse por el mundo.

En 1980 y 1981, por invitación de Enrique Lafourcade, el poeta escribe en el diario El mercurio. Con amena erudición, ofrece crónicas sobre bares, restaurantes y costumbres culinarias de Chile y de países por donde anduvo de visita: Perú, Panamá, España. Dedica varios relatos a costumbres culinarias del mundo de antaño y de entonces. No falta, por supuesto, alguna crónica sobre comidas y bebidas de La Frontera, el terruño natal.

Un recuerdo entrañable viene a mi memoria: primavera de 1981, hora de almuerzo en un restaurante en Papudo, con mi padre-poeta y Cristina. El disfrute es máximo: vista al mar, cariño, una conversación espléndida..., y mariscos y pescados que, por ausencia obligada del país, llevaba siete años sin gozar.

De la mano de esa añoranza, invito hoy al lector a sentarse real o imaginariamente frente al mar y encarar la lectura de estas crónicas con una docena de ostras y un vino blanco, para invocar mágicamente la compañía insuperable del poeta Jorge Teillier.




Sebastián Teillier






Agradecimientos especiales a Camila Bralic